2 de jan. de 2012

Uma Nova Vênus de Willendorf


Para o único momento deixei de ser
Jaz não importa mais, por um único momento
Já vais, viajas e deixas de ser um único momento
E vais e eu queria ser
Parei na tangente feito mármore
Algo tão impenetrável como uma janela para o abismo
Cego qualquer um pode ser, pensas, imaginas-te
Sozinho, com uma vaga ideia de que preso é estar amarrado ao calcanhar do próprio destino
Quem pode sustentar o peso tão grande do teu corpo?
Abaixo dele apenas o chão
É que venho neste mesmo, humildemente
Soprar meus acalantos em tua alma
Para que possas, não somente escutar
E sim, sentir minha invasão suprema
Quero fazer-te minha “pequena-grande- musa”
Eloquentemente viajo em traços que busco pela minuciosa existência de teu colibri
E busco... E busco teu existir
E vejo tão somente, simplesmente tua poeira
E penso que foi, mas estás dentro do meu coração
Singelo, não quero ser imortal
Não sou um deus
Nem você uma musa qualquer
Lamento ver nestes tristes bosques pelo qual trafegas qualquer ser sem peso
Triste matéria somos, todos cativos da solidão
Visto que não vislumbro a beleza que almejo

Sr. Borges, Diego Nobre e Lacerda

3 comentários:

  1. 1000 comentários e mais o meu. Estou no Brasil,
    mas o descobri. Leia meu último poema e o descreva como o sente.

    Abraço,

    Maria Luísa

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  2. Seria uma nova visão, descrição? ou uma renovação do ja existente? Rsrsrsr há venus venus.. tão fértil.. que torna a imaginação dos artistas fértil.. que para pessoas comuns como eu poderia apenas ver uma escultura rustica e sem siguinificados mas que para seus eternos admiradores cada vez que é observada se extrai um siguinificado inédito. Rsrsrsr

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  3. belo resultado de um "Ménage à trois"... como não poderia deixar de sê-lo.

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