22 de mai. de 2012

Papel Vazio

Deixo-me embriagar pelo fato de solidificar minha ausência
Pois meu simples desejo ao acesso ao meu próprio patrocínio me cala
Minha marca exposta ostensivamente derruba minha verba investida
Querer que o meu próprio resultado, fosse o inverso de todo negócio perdido
Nada de contar meus passos administrando somente os metros quadrados andados
Que todo o acervo democrático de arte mergulhado em mim, não seja apenas propaganda
Que eu não fique apenas em gravuras ou pregas de celulose moderna
Que a imagem do poeta respire ao benefício próprio de uma vida dedicada
Pois nunca saberei se o que faço, será algo que privilegiará apenas o meu sucesso
Ou tudo que eu faço nunca será também reconhecido pelo outros
Dedico alguns segundos de horas minhas perdidas para tentar salvar o que ainda existe de bom em mim
Mas nunca sabereis de fato, qual verdade acompanha as minha palavras
Ainda me sinto, neste monte de pedras pontiagudas, um papel totalmente vazio.

15 de mai. de 2012

Arco-íris

 A cor da sua vida
Sua alma arco-íris
Olhos azuis do céu
Todo corpo nuvem
Que me faz voar
Fora da atmosfera
Além do meu mundo
Teu toque amarelo
Teu sexo rosado
Tua língua molhada
Que me faz beijar
Que me tira de mim
Para estar em você
Por Dentro de você
Em minutos apenas um
Nós dois por toda vida

4 de mai. de 2012

Atalho


Hoje eu acordei e encontrei pedaço de mim ao chão
Nem me esforcei em tentar juntá-los de volta em mim
Por algum momento, pensei ter me tornado mudo
Todo o argumento da noite passada havia sumido
 Eu, apenas eu, no frio do meu escuro quarto e mais nada
Onde deixei perdida a soberania narcisista de mim
Meu cofre roubado, meu ouro de bijuteria barata
Meu manto bordado é o que ainda se agarra a mim
Minha visão embaçada, meu bafo amargo do ronco sujo
Desde, hoje para o ontem ainda sou parte jogada de mim
Para aqueles que adorariam ter certeza que cheguei ao fim
Ainda estou preso no criado mudo do seu quarto sujo
E se deveras meu grito ainda seja fraco demais, ainda respirarei
E tal semelhança metódica de um “eu” que ainda não existe
Será para todo teu sono um eterno, noturno pesadelo
Pois todo sangue exposto em meu corpo é doce e falso
Mas minhas entranhas sim, dentro do corpo ainda respiram
Chega de trocar de rosto, pintar os cabelos e disfarçar olheiras
Serei sempre a parte primordial para a sustentação da minha insônia
Que o perigo não perca a graça e que a noite seja apenas minha
Do buraco sem luz e cheio de poeira que encontro toda a minha força
Nada a mais que sorrir falso, para alguém que venha me roubar
Não tenho mais nada, além de um coração fechado e escondido
Eu, que descobri o meu eu mais morto, sei onde ainda vivo
E nunca saberei o atalho para achar o meu jeito de expirar