24 de jan. de 2012

Orquídea Epífita

 
...A aragem traz o cheiro da primavera
A chuva da tarde serena lava a terra
O verde é predominante nesta paisagem
Há ausência humana e suas construções
No cume, o azul abraça a montanha
O sol resplandece a Flor de Jade
Não para olhos descuidados
Para perpetuar a própria Natureza...

20 de jan. de 2012

15 Anos


Nada que o futuro não cure
Nada que o passado não lembre
Nada que me faça não pensar em você
Nada que tentar contrariar te esperar
Teu sorriso, teu beijo e toda tua luz
Tudo que de você me faça chorar
Ir de encontro e ver você se afastar
Meu amor, porque não quis ficar?
Ainda sinto tudo por você
Teu poder ainda me faz sentir
Nada que o futuro não lembre
Nada que a eternidade te deixe sair
Do sonho de tê-la junto a mim
Nada que meu coração te abandone
Nada de ver você longe da minha vida
Nada de ver você longe das minhas horas
Nada do tempo passar logo e levar você
Quero perder você de mim

19 de jan. de 2012

O Quarto

 Tenho que acordar
De um sono que não tive
Que a loucura não me abata...
Sombras com vida nas paredes
Insetos gigantes pelo teto
Monstros em baixo da cama
Vozes me chamando...
Pânico... Gritos...
Fechar os olhos
Segundos tornam-se horas
Alguém mexendo no portão
Todas as janelas estão fechadas?
Ácaros assassinos no travesseiro
Estão batendo na porta
Silêncio... Ficar quieto
Querer dormir e não conseguir
Medo de pesadelo
Sentir o sol nascer
Abrir as cortinas
Respirar tranquilo
Dormir...

17 de jan. de 2012

Para Eternidade!


Ainda tenho seu sorriso estampado na sala
Ainda tenho Seu cheiro imaculado em suas roupas
Ainda tenho seus brinquedos espalhados em seu quarto
Ainda vejo seus desenhos de giz de cera nas paredes
Ainda guardo seu lado preferido em nossa cama
Ainda escuto sua voz doce pela casa inteira
Minha pequena, ainda está aqui por todo lado
Dentro, eterna, perpetuada dentro de nós
Queria tocar em suas mãos pequenas mais uma vez
E olhar mais uma vez dentro dos seus olhos
Queria apenas dizer mais uma vez quanto eu amo você
Deus ajude-me a recompor a minha fé
Entender o porquê que eu terei que viver ainda aqui
 Suas mãos são pequenas eu sei, mas elas não são mais minhas
Agora elas são suas, faça-as me darem forças para continuar
Suas mãos agora são parte das mãos de Deus
Algum dia eu encontrarei com você minha pequena
E me falarás que não sentes mais medo de escuro
Pois onde estás é tão iluminado que serve para iluminar o mundo
Sentirei seu perfume misturado com os das flores do campo
Cairás em meu colo e me dirás:
_Sempre estive aqui esperando por você.
_Parti cedo... mas sempre guardei sua voz em meu coração
_Agora somos para eternidade!

11 de jan. de 2012

Alcoice


Meus passos habituais
Na estrada derradeira
Onde a infâmia espera
Pequenas luzes vermelhas
A beira da docente vida
Portas em becos escuros
Clandestinos alomórficos
Almas sujas e degradantes
Corpos macilentos e torpes
Gestos obscenos me chamam
E poluem minha sensatez
Faz-me querer cair sem pudor
Na pávida fraqueza alheia
Somente para satisfazer meu ego
E quando passar, vergonha...

5 de jan. de 2012

In Vitro


Enquanto eu perco você
Iludindo-me pensando que ainda não perdi
Sabendo que não há nada mais a fazer
Pois minha vida está uma desordem
E a sua depende da minha fidelidade
Nada mais em você me segura
Apenas sinto muito por não ficar
Quero por um fim nisso antes de não haver jeito
Isso parece ser apenas uma pequena desculpa
Para realmente eu me sentir livre
Querer você e não tê-la como eu quero
E saber que já não me tens
Faz-me lembrar que a minha vida é vazia
Meu desejo é estar completo
Sem espaços ou outros desejos
Sentir que já não podes me dar isso
Realmente dilacera o meu coração
Todos acham que és demais pra mim
Mas sei que você nunca foi suficiente
Sei também, que eu nunca a fiz feliz completamente.
Vou deixando meu rastro na estrada
Para que possa um dia me encontrar
E mesmo que longe eu esteja
Sempre carregarei você dentro de mim.


2 de jan. de 2012

Uma Nova Vênus de Willendorf


Para o único momento deixei de ser
Jaz não importa mais, por um único momento
Já vais, viajas e deixas de ser um único momento
E vais e eu queria ser
Parei na tangente feito mármore
Algo tão impenetrável como uma janela para o abismo
Cego qualquer um pode ser, pensas, imaginas-te
Sozinho, com uma vaga ideia de que preso é estar amarrado ao calcanhar do próprio destino
Quem pode sustentar o peso tão grande do teu corpo?
Abaixo dele apenas o chão
É que venho neste mesmo, humildemente
Soprar meus acalantos em tua alma
Para que possas, não somente escutar
E sim, sentir minha invasão suprema
Quero fazer-te minha “pequena-grande- musa”
Eloquentemente viajo em traços que busco pela minuciosa existência de teu colibri
E busco... E busco teu existir
E vejo tão somente, simplesmente tua poeira
E penso que foi, mas estás dentro do meu coração
Singelo, não quero ser imortal
Não sou um deus
Nem você uma musa qualquer
Lamento ver nestes tristes bosques pelo qual trafegas qualquer ser sem peso
Triste matéria somos, todos cativos da solidão
Visto que não vislumbro a beleza que almejo

Sr. Borges, Diego Nobre e Lacerda