13 de jul. de 2011

Tempo



Triste é estar e não pertencer
Viver e não se sentir vivo aqui
A cada tarde barulhenta e inquieta
Balançar as pernas e esperar
Nada vem e nada acontece
Pode ser que haja tempo pro nada
E do nada me fazer morar no vazio
Entre filas, ter que fingir sorrisos.
É difícil andar sem tentar encontrar
O caminho de volta, recomeçar.
Posso até deixar tudo e largar
Parece que tudo me leva a ter certeza
Que o barco está longe demais pra voltar
De longe tento sentir o sol esquentar
O glacial desejo nascente de um que foi
Um desbravador de sonhos e amores
Que nunca completou sua viagem
No mar bravio dentro de si
Nunca encontrar destino
Abandonar o amor
E sentir solidão tamanha
E no final, perder-se de si.
E desaparecer na imensidão
Do tempo...

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